terça-feira, 22 de maio de 2012

O que é cartão cinza?

Cartão cinza é um cartão feito de papel ou plástico, que reflete uma porcentagem conhecida de luz que incide sobre ele. Tem um lado cinzento, que reflete 18% da luz e que corresponde ao cinza médio na escala de cinzas. O outro lado geralmente é branco e reflete 90% da luz. É de grande importância, pois serve como padrão na aferição de fotômetros e flashmeters para uma perfeita exposição fotográfica (EV). A medição é feita contra o cartão cinza que é introduzido no cenário. Esta técnica de medir a exposição pela luz refletida pelo cartão cinza faz uma leitura similar à da luz incidente em que a exposição não é influenciada nem pelo reflexo de objetos brilhantes, nem pela forma dos objetos iluminados e nem pelo peso das sombras presentes no cenário.

Cartão Cinza

Fonte: http://betahoffmannfotos.blogspot.com/2010/12/cartao-cinza-e-um-cartao-de-papel-ou.html

Zone System - Ansel Adams

Ansel Adams (1902 - 1984)

O chamado Sistema de Zonas foi criado por Ansel Adams (1902-1984) em parceria com Fred Archer. É nada mais que um método fotográfico, com a ideia de criar uma nomenclatura adequada para a luz, uma técnica fotográfica para determinar a exposição ideal do filme e seu processamento fotográfico.

Ansel Adams foi um fotógrafo dos Estados Unidos da América, trabalhou essencialmente no campo da fotografia paisagística. Adams era músico, tinha um grande talento musical, aprendeu sozinho a tocar piano com 12 anos de idade. Sua vontade de transpor para a fotografia os tons de cinzas como notas musicais deram origem à sua metodologia. Ela estabelece relações entre os vários valores de luz do sujeito e as correspondentes densidades registradas no negativo.

Era uma tecnologia inovadora e de baixo custo. Qualquer fotografia contém menos detalhes que o olho humano vê, daí surge a necessidade de se medir a luz sobre o assunto fotografado. Utiliza-se o fotômetro, que é um instrumento que permite combinar a abertura do diafragma e velocidade do obturador.

A capacidade dos filmes negativos em registrar tons fica restrita a 10 tons diferentes que vão
do preto até o branco da base do papel. O espectro tonal do filme foi dividido em dez zonas e para cada uma destas zonas foi atribuída uma definição de como ela deveria ser representada na ampliação.

Vamos simplificar o conceito original de Adams:

Zona Tons Observações
0 5.0 Preto máximo do papel fotográfico. Preto puro.
I 4.0 Tom percebido com o preto, levemente diferenciado do –3.0.
II 3.0 Cinza escuro, limite entre o visível e invisível de texturas.
III 2.0 Primeiro tom de cinza escuro.
IV 1.0 Cinza Intermediário.
V 0 Cinza médio padrão. Índice de reflexão 18%.
VI +1.0 Cinza claro.
VII +2.0 Tom de cinza mais claro, com percepção definida das texturas.
VIII +3.0 Último tom de cinza claro, onde as texturas não são mais reconhecidas.
IX +4.0 Branco máximo do papel fotográfico. Branco puro.

Podemos ainda subdividir esta escala em 0.5 ou até 0.3 pontos, limite de percepção dos filmes profissionais ou das câmaras digitais DSLR.

Para criar o cinza médio que fica na zona V, vou citar um exercício retirado de um site mais abaixo.

Sempre que expomos o filme com a fotometria em 0, teremos o padrão cinza médio, também utilizado pelos fabricantes para aferirem seus respectivos fotômetros e a vasta gama de sensibilidade dos filmes. Analisando uma cena, devemos saber em qual zona vamos trabalhar e o que é importante retratar na nossa cena. Podemos usar o fotômetro que pode medir este ponto importante, e assim para a exposição recomendada que aponta para a zona V e compensamos esta exposição abrindo e fechando pontos para chegar na mesma. Assim alcançaremos resultados mais próximos do que enxergamos e possibilita criarmos o controle tonal, como conhecemos todos os processos da imagem, podemos manipular a produção da imagem.

Para compreender melhor esta escala, fotografe uma placa de Isopor Branca. Fotômetro, procurando sempre mantê-lo em 5.6 e variando a velocidade. Exponha corretamente seguindo fielmente a leitura do fotômetro. Obteremos assim o Valor 0 (Cinza médio 18%).

Agora, é só abrir +0.5 ponto (entre 5.6 e 4). Desta forma obteremos o cinza claro.
Abrir um ponto, vai ter o cinza Claro, abrindo mais um ponto, terás o Branco real, com a textura do Isopor.
Agora partindo da Leitura Normal do Fotômetro (Cinza Médio) feche um ponto.
Terás o cinza escuro, em seguida, feche mais um ponto terá o preto com textura.
Este é o fundamento básico de Ansel Adams! Simples, não?
Agora, se houver algum problema, seu fotômetro não deve estar calibrado.

Bibliografia:
http://focusfoto.com.br/fotografia-digital/blog2.php/compreendendo-o-sistema-de-zonas
http://digiforum.com.br/viewtopic.php?t=12523
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ansel_Adams

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Processamento do negativo - a revelação fotográfica

Escrito por Filipe Salles
Dom, 26 de Abril de 2009 17:52

I. Princípios Básicos

Comecemos nesta parte por desfazer um erro muito comum: chamar equivocadamente REVELAÇÃO ao ato de deixar um filme num laboratório e pegá-lo uma hora depois com as fotos em papel, como se fosse um processo mágico. É preciso esclarecer, portanto, que primeiramente trata-se de dois processos, um para obtenção de um negativo e outro para a obtenção de uma cópia em papel. E, em segundo lugar, cada um desses processos se divide em diversos outros processos, e que iremos estudar para a compreensão do fenômeno fotográfico.

Portanto, aquilo que normalmente chamamos de revelação, é na verdade um processamento, razão pela qual este é um termo mais adequado a chamá-lo, e cuja função é obter a MATRIZ para as cópias, que, no caso da fotografia, é o NEGATIVO.
Vamos esmiuçá-lo:

2. Processamento do Negativo P/B

Primeiramente, diz-se que um filme é VIRGEM quando ainda não recebeu nenhuma luz; caso contrário, dizemos que foi EXPOSTO, isto é, recebeu exposição de luz.

2.1. Exposição

Na exposição de uma emulsão fotográfica, ocorrem alguns fenômenos de ordem atômica com os halóides de prata. A luz que incide sobre a prata numa proporção de contraste, isto é, objetos que refletem pouca luz não sendo sensibilizados e os demais sim, tende a transformar estes últimos em átomos neutros, mas que não se distinguem dos demais se vistos neste estágio, nem mesmo a nível microscópico. Nesta etapa, onde os halóides de prata ainda não são visíveis, chamamos a imagem apreendida no filme de IMAGEM LATENTE.

2.2. Revelação

Para que tais átomos modificados pela ação da luz tornem-se visíveis e distintos dos demais, faz-se necessária a intervenção de um agente REVELADOR, ou seja, um composto químico capaz de traduzir esta diferença atômica em forma de enegrecimento das partículas. Em palavras simples, o que o revelador faz nada mais é que promover uma oxi-redução, oxidando a prata para que ela fique visível como prata metálica. Os principais agentes reveladores conhecidos são o Metol, a Hidroquinona e a Fenidona, e são a base para a maioria dos reveladores existentes no mercado, apesar de existirem outros agentes.
Existe um grande número de tipos de reveladores diferentes, cada um com propriedades específicas e que podem ser usados para fins diversos. Podemos classificar, primeiramente, em quatro os tipos de reveladores mais comuns:

1) Reveladores normais - Também chamados "universais", mantém o contraste a que o filme foi exposto e são adequados para praticamente todos os filmes P/B. Os mais comuns são o D-76 e o Dektol (Kodak), assim como o ID-11 da Ilford.

2) Reveladores rápidos - Possuem tempo de revelação reduzido, como o HC-110 da Kodak, mas podem aumentar drasticamente o contraste, se for puxada a sensibilidade do filme em até 100%, com aumento significativo do grão.

3) Reveladores de alto contraste - Não revelam tons intermediários de cinza, fazendo o negativo adquirir somente resposta ao preto e ao branco, sendo ideais para fotolitos, cópias para impressão gráfica de textos e litografia.

4) Reveladores niveladores - São reveladores que compensam erros de exposição, equilibrando os contrastes anormais da iluminação. Necessitam de condições especiais e não podem ser reutilizados.

Negativo preto e branco revelado (foto ilustrativa)

2.3. Fixação

Entretanto, embora o revelador transforme a imagem latente em visível, ele o faz apenas nos halóides sensibilizados. Todos os grãos da prata que não sofreram ação da luz continuam na emulsão, e mantém suas capacidades fotossensíveis, de maneira que ainda podem se alterar se novamente expostos. Destarte faz-se necessário um outro procedimento que tem duas funções básicas: retirar os grão não atingidos pela luz e estabilizar a imagem revelada da prata metálica que formou a imagem. Este procedimento é feito pelo agente FIXADOR. O fixador reduz os grãos de prata não sensibilizados a uma suspensão invisível de átomos que é eliminada na última etapa, a LAVAGEM, feita com água. Desde sua descoberta por Herschel, o fixador mais comum tem como base o tiossulfato de sódio, apesar de existirem outras fórmulas.

2.4. Interrupção

Só que o revelador, sendo uma base, e o fixador, sendo um ácido, a incompatibilidade química entre eles causa manchas significativas na imagem final, razão pela qual é necessária uma etapa intermediária entre revelação e fixação, e que neutraliza o efeito do revelador, permitindo assim o contato do filme com o fixador. Essa etapa chama-se INTERRUPÇÃO, e seu agente o INTERRUPTOR. (Note-se que, apesar de estar citado após o fixador, ele é, na prática, uma etapa intermediária entre revelador e fixador)
Além de ser importantíssimo para neutralizar o revelador, o interruptor também é eficiente por sua capacidade de interromper imediatamente a ação do revelador, já que este atua sobre os halóides sensíveis de maneira progressiva. Cada filme possui um tempo de revelação próprio decorrente de sua sensibilidade e da forma como foi exposto. Alterar este tempo equivale a modificar o contraste original e desviar-se da exposição correta, ainda que tal prática possa ser feita com intuito proposital. Assim o interruptor também ajuda a manter rígido o controle sobre o tempo de revelação ou as alterações neste tempo que o fotógrafo julgue necessárias. O interruptor pode ser simplesmente água ou ácido acético diluído.

2.5. Lavagem

Última parte do processamento do negativo, e de importância capital para garantir a qualidade do negativo, a lavagem é responsável pela eliminação de todos os resíduos químicos ainda impregnados na base de acetato ou na gelatina da emulsão. A lavagem deve se estender por pelo menos 10 minutos em água corrente, para um resultado eficiente, sob pena de permanecerem manchas no negativo, comprometendo seriamente sua cópia.

Portanto, temos as seguintes etapas do processamento partindo da imagem latente até o negativo estável:

1) Revelação
2) Interrupção
3) Fixação
4) Lavagem

Positivo P/B

No processo reversível do Preto-e-Branco, os princípios são os mesmos, mas é adicionado, após o banho interruptor, um agente BRANQUEADOR. Ele tem a função de inverter a imagem negativa, eliminando a imagem de prata sensibilizada e velando os halóides que não foram atingidos pela luz. Assim, o processamento reversível grava no filme as áreas escuras, e não as claras, deixando a imagem final transparente e positiva.


3. PROCEDIMENTOS PARA PROCESSAMENTO DO FILME

A revelação de um negativo deve seguir algumas normas básicas para que os resultados sofram um mínimo de alteração. Em primeiro lugar, os reveladores necessitam de um tempo mínimo de atuação na película para promover a transformação da imagem latente. Em segundo lugar, uma temperatura específica para atuarem corretamente. Portanto, a relação tempo/temperatura é que irá reger as condições mínimas desta etapa do processamento.

Embora a temperatura da revelação colorida deva ser rigidamente controlada, há uma margem de possibilidades maiores nos filmes preto-e-branco, ainda que com limites. A temperatura ideal para a revelação do filme preto-e-branco é entre 18º e 24º centígrados. Para cada temperatura, inclusive maiores e menores que esta, existe uma tabela de compensação no tempo da revelação, que é fornecida pelo fabricante de cada filme. Assim, para a revelação correta, é fundamental consultar esta tabela de tempo/temperatura para atingir os resultados esperados.
O processamento completo do filme deve ser feito mediante algumas etapas manuais, no caso da utilização caseira. É necessário um tanque de revelação e uma espiral para enrolar o filme, que podem ser adquiridos nas casas especializadas, bem como um pequeno contingente de acessórios, como frascos para estocagem dos químicos e um tanque de água corrente para a lavagem.



Espiral e tanque de revelação

Deve-se retirar o filme de seu carretel original no escuro total, colocá-lo na espiral e logo em seguida no tanque. A partir de então, é possível trabalhar com a luz acesa desde que o tanque assim o permita. As etapas são as seguintes:

1) Insere-se o revelador no tanque, e, salvo recomendação explícita do fabricante, deve-se agitar o tanque nos primeiros 30 segundos continuamente, e em seguida, agitações de 5 segundos a cada 30, durante todo o tempo necessário que a tabela indicar.

Filme sendo enrolado na Espiral

2) Findo o tempo de revelação, deve-se retirar o agente revelador pela tampa apropriada (que não deixa passar luz) do tanque. Lava-se com água em agitações enérgicas ou com 1 minuto de agitação suave no caso do uso do agente interruptor.

     Ao lado, esquema de agitação para revelação

3) Retira-se o interruptor da mesma maneira e adiciona-se o fixador. O uso do fixador deve ser igualmente controlado de três maneiras: a) Segundo indicações do fabricante; b) Segundo teste realizado na ponta da película, que deve ser retirada antes do filme ser enrolado. Mergulha-se o pedaço do filme no fixador e se verifica o tempo necessário para que a película fique transparente. Se apresentar uma coloração magente, o tempo é insuficiente; c) Uma medida geralmente válida, 5 minutos mais 20% do tempo utilizado no revelador. Esta medida funciona melhor nos filmes Kodak Tri-X e Plus-X, devendo este tempo ser aumentado no caso de películas T-Max. Como regra geral, adota-se 10 minutos como tempo universal do fixador. Se a película apresentar tons de magenta, deve-se retomar o processo por mais algum tempo.

4) Terminada a fixação, o filme pode ser retirado do tanque e exposto a luz, pois os haletos de prata já estão estabilizados. O filme deve ser lavado, ainda dentro da espiral, num tanque que possua um sistema eficiente de circulação de água, pois caso contrário, poderá apresentar manchas decorrentes de resíduos químicos mal lavados. A lavagem deve se estender por 20 minutos.

5) É recomendável, depois da lavagem, o uso de um detergente, cuja função é eliminar bolhas de água que causam densidades desiguais e fixando-se na película, também ocasionando manchas indesejáveis. O produtos para esse fim, chamados genericamente de Photo Flow, também podem ser encontrados nas boas casas do ramo.

6) Secagem. Coloca-se o filme numa presilha e assim o pendura, tanto numa estufa quanto num varal, e espera-se até que esteja totalmente seco. Se ele estiver ainda molhado e for enrolado, a gelatina da base poderá grudar no suporte e a imagem poderá descolar, inutilizando-a!

Após a secagem o manuseio do filme deve ser feito com muito cuidado. Só se deve pegar o negativo pelas BORDAS, sem amassá-lo nem dobrá-lo. Se ele for pego no meio do fotograma, manchas de gordura da pele ou sujeiras serão visíveis na ampliação, assim como amassados e dobras.


Armazenamento do negativo

O negativo deve então ser armazenado de maneira que não amasse, não fique em contato com outra superfície porosa (incluindo outros negativos) e possa ser visto com facilidade, para uma melhor eficiência na escolha do fotograma que será ampliado. O melhor suporte para este armazenamento correto é o chamado PRINT FILE, folha de plástico com divisões em que a tira de negativo é cortada e inserida nestas divisões. A folha transparente protege o filme e permite sua visualização rápida sem contato manual com a emulsão, conf. figura abaixo.


BIBLIOGRAFIA DE APOIO:

ADAMS, Ansel . O Negativo. São Paulo, Editora SENAC, 2001
LANGFORD, Michael. Fotografia: Manual de Laboratório. São paulo, Melhoramentos, 1981
MUSA, João Luiz & PEREIRA, Raul Garcez, Interpretação da Luz. São Paulo: Olhar Impresso (1ª Edição), 1994
SCHISLER, Millard W.L. Revelação em Preto-e-Branco, A Imagem com Qualidade, São Paulo, Martins Fontes/Senac, 1ª edição, 1995

Escrito por: Prof. Filipe Salles*
Colaboração: Rodrigo Whitaker
Diagramação: Laura Del Rey
*Consulte www.mnemocine.com.br/filipe


Ampliação/Cópia em Papel

Para ampliarmos a imagem do negativo, usamos o ampliador, onde iremos colocar o filme já revelado:

Ampliador

Porta-negativo, local no ampliador onde é colocado o filme/negativo

Antes de ampliarmos as imagens do negativo, precisamos realizar alguns testes para sabermos o tempo exato de exposição e regular o foco para obtermos uma imagem nítida, sem correr o risco de uma subexposição ou superexposição, assim, escolhemos a imagem no filme e colocamos no porta-negativo.


Feito os testes, então iremos para a ampliação da fotografia, pois já ajustamos o foco, margem e o tempo exato de exposição, obteremos o resultado desejado:

Nesta segunda imagem, a primeira exposição é 15 s, como na fotografia p&b roupas claras e muito escuras podem ser um problema, pois sendo assim devemos expor mais no caso de ser clara, ou menos no caso escura, ou seja, nesta foto precisei expor apenas a menina por mais 6 s, para obter uma imagem melhor. Isto é feito, de forma que enquanto ela esta sendo exposta devemos bloquear a luz do objeto ou pessoa que não precisa ser exposto, fazendo movimentos diante da luz que incide no papel para que não resulte em manchas ou marcas.
Lembrando que após este processo, o papel deve também ser submetido as etapas de revelação nos químicos, só assim teremos a imagem propriamente dita.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Processo de revelação em laboratório p&b



Revelação fotográfica é o processo de transformação da imagem latente registrada no filme fotográfico em imagem visivel através de processo químico.
A luz sensibiliza os cristais de prata contidos na emulsão fotográfica que sofrem alterações que resultarão em sua transformação em prata metálica. Para efetivar esta transformação é necessário um acúmulo de energia luminosa.
Quando uma pequena exposição é dada ao filme, os haletos de prata sofrem uma alteração mínima não perceptível (visível somente no microscópio eletrônico), a essa alteração chamamos de Imagem Latente.
A revelação, por processo de óxido-redução, aumenta em cerca de 1 bilhão de vezes a energia captada, concluindo sua transformação em prata preta metálica, produzindo assim uma imagem visível. Os haletos não expostos e, portanto, não reduzidos continuam fotossensíveis, e serão eliminados no processo de fixação.
Todo processo químico (ou reação química) é influenciado por alguns fatores: Concentração ou diluição do agente; Temperatura; Agitação; Tempo.

fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Revelação_fotográfica


Para que um filme preto e branco se torne um negativo, é preciso que ocorram cinco processos. São eles que farão com que a película se transforme em um negativo estável, cujas imagens possam ser visualizadas e ampliadas no papel fotográfico.
Esses cinco processos são: revelação, interrupção, fixação, lavagem e secagem. O primeiro é o que modifica, quimicamente, o filme. O segundo interrompe o processo. O terceiro impede que os agentes fotossensíveis se modifiquem novamente. O quarto é a eliminação de resíduos e o último garante as condições para o manuseamento do negativo.

Os principais tipos de reveladores:
Existem vários tipos de reveladores, e a maioria deles é feita tendo o Metol, a Fenidona e a Hidroquinona como base. As suas composições variam de acordo com a sua utilidade, sendo que os quatro reveladores mais usados são:

Reveladores normais: também conhecidos como "grão fino", o seu objetivo é manter o mesmo contraste ao qual o filme foi exposto, fazendo com que a imagem formada no negativo tenha as propriedades com que foi "clicada".

Reveladores de alto contraste: são ideais para fotolitos e cópias para a impressão de textos, pois não revelam os tons intermediários de cinza. Esses reveladores fazem com que o negativo responda apenas ao preto e ao branco, ou seja, apenas nos pontos em que a incidência de luz foi realmente forte ou realmente fraca.

Reveladores rápidos: têm o seu tempo de revelação reduzido, e podem aumentar o contraste se a sensibilidade do filme for forçada. Esse processo deixa a imagem bastante granulada.

Reveladores Niveladores: eles compensam erros de exposição. O seu uso depende de condições especiais, e ele não pode ser reutilizado. Tem como objetivo compensar os erros de exposição.

Processo de Revelação:
Revelação: Esse primeiro passo para a transformação do filme em negativo se dá através de uma oxirredução, que é uma reação química em que há a transferência de elétrons entre duas espécies químicas. Quando ela acontece, uma das partes perde - é a parte oxidada - e outra ganha elétrons - a parte reduzida.
Nesse processo, o que acontece com o filme é o seguinte: ele é banhado no agente revelador, que vai doar os seus elétrons para o haleto de prata que compõe o filme e o torna um material fotossensível. Ao receber os elétrons, essa prata escurece nos pontos onde ela reagiu mais (que no negativo irão aparecer como pontos mais escuros e, na foto ampliada, serão os pontos mais claros).
E é através dessa reação que se torna visível a imagem formada no filme. Mas ele ainda não está pronto para ser ampliado. É preciso interromper a ação do revelador, antes que ela seja exagerada e oxide demais o filme.

Interrupção: As diferenças químicas entre o revelador (a etapa anterior) e o fixador (a próxima etapa), causam manchas na imagem. Por isso é preciso neutralizar o processo do químico responsável pela revelação. E essa etapa é chamada interrupção.
O agente interruptor serve para cortar o processo de revelação, parando a reação química que vai escurecendo os grãos de prata e formando a imagem.
Para fazer isso, você retira o líquido revelador da bobina onde está o filme, e a enche com água ou ácido acético (qualquer um desses dois funciona como interruptor).

Fixação: Mesmo depois da interrupção do processo de revelação, os grãos de prata não param de reagir e escurecer. Para que isso aconteça, é preciso de uma outra reação química, a fixação.
Existem várias fórmulas de fixadores, sendo que a principal tem como base o tiossulfato de sódio. Esse processo químico serve para duas coisas: estabilizar a imagem, "congelando" as alterações que já ocorreram, e retirar os grãos que não foram alterados pela luz.

Lavagem: O último processo químico do negativo. É preciso lavar o filme, por dez minutos em água corrente, para eliminar todos os resíduos químicos.

Secagem: Agora é só esperar o filme secar, antes de manuseá-lo e começar a ampliação.


terça-feira, 10 de abril de 2012

Papel Fotográfico

Papel fotográfico: É o nome usado, originalmente, para designar um papel revestido com uma camada de produtos químicos fotossensíveis, que são usados para a produção de impressões fotográficas. Os papéis fotográficos contêm uma emulsão de haleto de prata sobre um suporte de papel branco.
A imagem da cópia é composta de quantidades variadas de partículas de prata numa emulsão fixada numa base de papel. A própria base reflete cerca de 90% da luz que incide sobre ela através da gelatina transparente da emulsão.
Como, ocorreram mudanças, como a fotografia digital, esse termo passou a incluir outros tipos de papéis para a impressão de imagem digital, sendo usado o termo fotossensibilidade.
O papel fotográfico é exposto à luz de uma forma controlada, de diversas maneiras, através do uso de um ampliador, seja pela sobreposição de um filme negativo em contato direto com o papel, ou pela colocação de objetos sobre o próprio papel para a produção de um fotograma (aqui). Em todos os casos, o papel é posteriormente revelado para a produção de uma imagem visível.

Variedades de papéis: Além da grande variedade de papéis fotográficos, o alto nível atual de interesse pela fotografia parece ter encorajado os fabricantes a produzir papéis capazes de manter uma gama excepcional de contrastes, com brancos brilhantes e negros profundos. Em meio a tantos materiais de alta qualidade, cabe ao fotógrafo ou laboratorista aprender a escolher e trabalhar com eles para conseguir uma excelente cópia final. Os papéis fotográficos possuem quatro camadas: suporte, substrato, emulsão e camada protetora. Diferenciam-se pelo tipo de emulsão, acabamento da sua superfície (textura), brilho, contraste, cor e peso (volume).
Os papéis RC (resin-coated) ou resinados, recebem uma camada de polietileno que evita que eles fiquem encharcados pelas substâncias químicas. Eles podem ser lavados com muita rapidez, já que os resíduos químicos são facilmente removidos.
Entretanto, hoje em dia há sérias dúvidas a respeito de seu armazenamento, pois a camada de polietileno tende a se deteriorar com o tempo.
Em sua maioria, os papéis têm uma camada de monóxido de bário (barita) entre a emulsão e a base. A barita é uma substância argilosa, e essa cobertura suaviza a textura inerente ao papel.
Papéis mais espessos (peso duplo) resistem melhor aos rigores do processamento do que as variedades mais leves, sendo mais resistentes a pressões e rupturas. Também ficam bem mais planos após a secagem e podem ser montados com mais facilidade. Apesar de os papéis de peso simples serem mais delicados e exigem muitos cuidados, eles são mais apropriados no processamento de grandes volumes e no caso de cópias que são secas em prensas de secadoras ou secadoras de tambor; também é mais fácil retirar deles os resíduos químicos. No processamento de cópias grandes o papel de peso simples quase sempre se danifica.

Propriedades físicas dos papéis:
Textura: Extremamente lisa, rugosa, texturizada, intermediária.
Brilho: É um brilho extremamente forte ate a superfície muito fosca, oque diferencia um papel brilhante do fosco é a visualização dos pretos. O papel brilhante vai aparecer mais contrastado que o fosco, porque o preto parece mais denso ou escuro.
Peso: O peso é referente à sua espessura, leve, média, dupla, simples.
Tonalidade: A cópia final e sua coloração dependem do tamanho dos grãos, e também é afetada por mudanças na cor da base.
Tons frios: papéis de brometos de prata. Grãos de brometo de pratas geram grãos mais grosseiros, e dão uma imagem de cor preto neutro.
Tons quentes: Papeis de cloreto de prata e cloro-brometo de prata (Ektalure da Kodak) possuem grãos bem menores e geram imagens com tons mais quentes, ou seja, marrons.

Propriedades fotográficas do papel:
Contraste: Define-se a diferença de densidade em duas áreas.
Papeis de contraste fixo: O papel pode ser muito ou pouco contrastado, isso depende do número do grau dado pela numeração 1, 2, 3, 4,5. Quanto maior o número, mais contrastato.

Papéis de contraste variável: Usando o mesmo papel, e a utilização de filtros coloridos, é possível sensibiliza as camadas, diferentes da emulsão, as quais produziram variação de contraste. Mais vermelho, mais contraste, mais amarelo menos contraste.


Fonte:
ADAMS, A. Materiais para cópias: papéis fotográficos. In: ADAMS, A. A Cópia. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005. p.51-69.
Schisler, Millard W.L Revelação em Preto e Branco: a imagem com qualidade SP: Martins Fontes, 1995
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papel_fotográfico

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Pinhole

O que é Pinhole?
Do inglês, buraco de alfinete - é o nome dado à técnica que irá permitir que o fenômeno fotográfico se dê em um ambiente sem a presença de lentes (componente das máquinas fotográficas convencionais). Um furo é o que permite a formação da imagem em um recipiente ou espaço vedados da luz. A projeção de imagens por este método é uma lei física, e já é conhecida pelo homem desde a Antiguidade. Antes do advento da fotografia (séc.XIX), as projeções pinhole eram instrumento científico de visualização de eclipses e no estudo das estrelas; nas artes, as imagens pinhole serviam de molde para os pintores paisagistas. O desenho abaixo, de autoria do astrônomo Gemma Frisus, ilustra a projeção pinhole para observações de fenômenos astronômicos:
A princípio, qualquer espaço protegido da luz pode servir como câmara escura: de latas e caixas das mais distintas proporções até espaços menos convencionais, mas com entrada de luz que possa ser controlada, como um refrigerador, um baú, um armário, uma sala, ou um automóvel. Em cada caso existe um tamanho de furo apropriado para que a projeção se dê de forma nítida, pois é por este princípio que a projeção, e por consequência a fotografia pinhole, são possíveis. Este furo pode ser determinado através de uma fórmula matemática relacionada às dimensões do recipiente escolhido. O recipiente furado passa então a ser uma câmara escura, com a qual podemos produzir fotografias ao colocar filme ou papel fotográfico no seu interior.
Um furo bem calculado e executado garante às imagens uma nitidez indiscutível, que caracteriza as imagens pinhole. O furo é sempre minúsculo se comparado à dimensão da câmara escura; como consequência, requer obtenções fotográficas de tempos relativamente longos, se comparados ao click da câmara fotográfica. As imagens, também, sofrerão distorções se o recipiente onde o papel fotográfico é colocado não possuir paredes planas (pode ser um recipiente cilíndrico, como é o caso de muitas latas).

Materias necessários para construir a sua pinhole com lata de achocolatado:
-1 lata de achocolatado (nescau)
- 2 folhas de papel A4 preto
- fita isolante
- cola
- um pedaço de alumínio (um pequeno quadrado que pode ser de latinha de refrigerante, este será seu futuro obturador)
- prego
- lixa
- agulha

Primeiro você vai vedar a lata, usando o papel A4 preto, ou então você pode usar spray preto, tinta preta fosca, ou até mesmo color set preto, você encontra esses materiais em qualquer livraria. Depois de ter feito isto, você irá fazer o mesmo com a tampa, pois toda a lata deve ser vedada no seu interior. Usando um prego, você fará um pequeno furo, e com a lixa irá retirar o "excesso" que ficou dentro da lata, o "volume" provocado pelo furo que ficará em torno, em seguida, coloque o pedaço de alumínio que você cortou da latinha de refrigerante (com cuidado!) e cole em cima do primeiro buraco feito com o prego e, então fure este com a agulha. Vale lembrar que este pequeno pedaço de alumínio também precisa ser vedado, usar a tinta ou spray nesta fase é uma boa solução aos invés de papel ou color set. Para finalizar, corte um pedaço de fita isolante e cole do lado de fora sobre o oríficio o qual, será seu obturador, a fita adesiva servirá como "botão" para "disparar" a câmera.
Agora você está quase pronto para sair fotografando com a sua pinhole, apenas necessita do papel fotográfico (negativo), que será colocado dentro da lata de forma que a luz quando entrar na sua câmera atinja-o de frente (deve ser posicionado como mostra na imagem acima), pois lembrando, que o papel fotográfico é sensível a luz, falaremos sobre ele no próximo post.

Minha Pnhole pronta, com a fita isolante sobre o obturador.

Fizemos uma atividade em aula, utilizando como cenário dois manequins, e garrafas de bebidas, abaixo uma foto feita com 5 minutos de exposição, para teste:
Como podemos perceber, a imagem não está nítida, apenas vemos alguns vultos e borrões, sendo necessário uma exposição em um tempo superior ao de 5 minutos, por conta da iluminação. Sendo este processo feito à luz natural do dia, podemos obter uma imagem melhor em até 15 segundos.
Importante: O papel também será submetido ao processo de revelação.


quarta-feira, 14 de março de 2012

Fotograma

Fotograma é um processo feito em laboratório, que nos permite obter imagens de objetos translúcidos* posicionados em cima do papel fotográfico, submetendo o negativo a uma luz que incidirá sobre o papel fotossensível, formando a imagem.
Ajustando o ampliador de acordo com o papel, o diafragma e o tempo de exposição, conforme fizemos nestas imagens, sendo configurado o diafragma em 8 e o tempo 1 segundo (primeira imagem) e 2 segundos (segunda imagem).
Para finalizar, precisamos passar pelo processo de revelação, semelhante ao qual o filme fotográfico (negativo) é também submetido. Abaixo as imagens obtidas:

Aqui usamos matéria orgânica, como galhos, folhas e flores secas.

*Significado de Translúcido:
adj. Que deixa passar a luz, sem permitir, entretanto, que se vejam nitidamente os objetos através de sua espessura; diáfano, transparente.